Clara Sverner e Paulo Moura, Corta-jaca

“Corta-jaca” no Catete: centenário da alforria da música popular brasileira.

Escândalo político que envolveu a primeira dama do país, Dona Nair de Teffé, a compositora carioca Chiquinha Gonzaga e o senador Rui Barbosa no final do mandato do Presidente Hermes da Fonseca, o episódio conhecido como o “Corta-jaca” no Catete está comemorando um século.

Foi exatamente no dia 26 de outubro de 1914 que o tango de Chiquinha Gonzaga intitulado “Gaúcho”, popularmente conhecido como “Corta-jaca”, foi executado pela primeira dama, ao violão, em fina “soirée” no Palácio do Governo a que compareceram representantes do corpo diplomático e a elite carioca. Era a primeira vez que esse tipo de música penetrava nos salões elegantes da elite, fazendo com que o fato seja considerado a alforria da música popular brasileira. Clique aqui para ler a matéria completa sobre o “Corta-jaca”.


Para comemorar o centenário deste acontecimento, músicos das mais diferentes gerações e formações gravaram o “Corta-jaca” especialmente para o site CG.com
Vamos publicar a parti de hoje, 17 de outubro, um vídeo por dia iniciando um vídeo inédito, gravado na ocasião do lançamento da biografia Chiquinha Gonzaga uma história de vida, por Edinha Diniz em 1984.

Clara Sverner e Paulo Moura, 1984
Clara Sverner e Paulo Moura, 1984

Clara Sverner foi a primeira pianista a gravar a obra de Chiquinha Gonzaga para piano, foram lançados dois LPs na década de 1980.  Leia aqui a entrevista na íntegra.
S
obre o episódio do “Corta-jaca no catete”, Clara ressalta:

“Dona Nair teve muita coragem e ousadia em tocar uma música de caráter popular no Palácio do Catete, saudável inspiração para o novo e nisso brilha o corta-jaca de chiquinha, é sem dúvida um fato que modifica a história da música popular brasileira. ” Clara Sverner, 2014

Clara Sverner, 1984
Clara Sverner, 1984

CLARA SVERNER, pianista: Intérprete de talento reconhecido por público e crítica do Brasil e do exterior, Clara Sverner teve sólida formação que se iniciou em São Paulo com o professor José Kliass. Aperfeiçoou-se mais tarde nos centros musicais mais avançados, como o Conservatório de Genebra, onde recebeu uma medalha de ouro. e o Mannes College of Music, de Nova Iorque. Premiada no Concurso Internacional Wilhelm Backhaus, ainda adolescente iniciou a vitoriosa carreira que a tornou uma das mais prestigiadas virtuoses brasileiras.
Apresentou-se em recitais e concertos por todos os quadrantes do Brasil e em turnês para platéias da Europa, dos Estados Unidos, do Japão e de Israel. Em seus programas exibe um repertório que escolhe meticulosamente e onde inclui desde antigos virginalistas ingleses do século XVI até os principais representantes do século XX. Privilegiando, antes de tudo, a qualidade estética, o arrojo da invenção e a carga expressiva das músicas que executa, Clara Sverner é uma artista inquieta que não se cansa de se aperfeiçoar, pesquisar e ousar. No domínio da música clássica brasileira, principal responsável pela redescoberta da obras de Glauco Velásquez. Pioneira, também, na revalorização da produção pianística de Chiquinha Gonzaga, a quem dedicou várias gravações. Responsável pela primeira gravação do disco no Brasil com obras de Anton Webern, Alban Berg, Eric Satie e Maurice Ravel, em 1974. Mais informações em www.clarasverner.com

Paulo Moura, 1984
Paulo Moura, 1984

PAULO MOURA, saxofonista: Paulo Moura (São José do Rio Preto, 17 de fevereiro de 1932 – Rio de Janeiro, 12 de Julho de 2010) foi um compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista brasileiro de choro, samba e jazz. Moura era considerado um dos principais nomes da música instrumental do Brasil. Paulo Moura fez muitas parcerias com a cantora Maysa de 1969 a 1975. Em shows na Boate Igrejinha, e no Especial da Tv Cultura “Maysa Estudos”. Em 1982, compôs a trilha sonora do filme O Bom Burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira. Em 2005 fez turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim, ao lado de Armandinho, Yamandú Costa e Marcos Suzano. Participou do documentário Brasileirinho, do finlandês Mika Kaurismaki, que em 2005 foi uma das atrações da mostra Fórum do Festival de Berlim. Sua última apresentação foi no Copacabana Palace em um evento da Sachal Records. O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o dia 4 de julho com um linfoma (câncer do sistema linfático), e faleceu 8 dias depois. Em 2011, um ano após sua morte, é lançado a biografia “Paulo Moura – Um Solo Brasileiro” de Halina Grynberg, sua esposa por 26 anos, que escreveu o livro baseado em entrevistas que ela fez com Paulo Moura. Em 2012 é lançado o CD Paulo Moura & André Sachs “Fruto Maduro” pela gravadora Biscoito Fino , com dez musicas inéditas, um de seus ultimos trabalhos autorais. resultado de uma parceria entre os dois músicos que começou em 2004 e duraria até os momentos finais do maestro. A ultima gravação registrada no disco foi feita em 25 de marco de 2010, alguns meses antes do falecimento de Paulo. No dia 21 de Junho de 2012, é inaugurado o Teatro Paulo Moura, um dos maiores e mais bem equipados teatros do interior de São Paulo em São José do Rio Preto, terra natal do músico. Em 2013 o CD Paulo Moura e André Sachs “Fruto Maduro” recebeu, duas indicações para o 24.o Premio da Música Brasileira (Melhor Album Instrumental – André Sachs (produtor) e Melhor Solista – Paulo Moura ). Mais informações em pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Moura

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