Descoberto o famoso broche de Chiquinha Gonzaga.

“No início da sua carreira artística, logo após o sucesso de A corte na roça, os críticos teatrais da época reuniram-se para realizar uma carinhosa homenagem. José do Patrocínio, da Cidade do Rio, Oscar Guanabarino, de O País, dr. Luiz de Castro, do Jornal do Commercio, Ferreira de Araújo, da Gazeta de Notícias, Camarat e outros, depois de um dos espetáculos, ofereceram à nova artista um lindo broche de ouro – uma pauta com as primeiras notas da partitura triunfante. Esse mimo foi para a musicista um verdadeiro talismã. Usava-o habitualmente.” (Mariza Lira)

Broche de ouro que Chiquinha Gonzaga recebeu de amigos e que a acompanhou até o fim de sua vida. Fonte: Reprodução do acervo do Museu da República, Rio de Janeiro/RJ

Broche de ouro que Chiquinha Gonzaga recebeu de amigos e que a acompanhou até o fim de sua vida. Fonte: Reprodução do acervo do Museu da República, Rio de Janeiro/RJ

A jóia que se tornou uma marca da maestrina finalmente pode ser visto de perto. Joãozinho, companheiro de Chiquinha Gonzaga, havia presenteado com o broche a primeira biógrafa da maestrina, a jornalista Mariza Lira (1899-1971), no final dos anos 1930. Após a morte da jornalista, a jóia permaneceu em poder de sua filha adotiva e herdeira, Luiza Maria de Araújo Lima, residente no Rio de Janeiro. Em 2000, Dona Luiza resolveu depositar a jóia no Museu da República. Em visita ao Rio de Janeiro em setembro de 2006, o editor geral do site ChiquinhaGonzaga.com, obteve autorização da coordenação do Museu, por meio de Karla Estelita Godoy, para ter acesso à jóia, fotografá-la e divulgá-la com primazia.

Chiquinha Gonzaga, 47 anos. Fonte: Chiquinha Gonzaga, Edinha Diniz 2001

“Yara, coração de fogo. Valsa de concerto: Temos informação desta valsa pela imprensa da época, quando esta noticiou a récita em benefício a Chiquinha Gonzaga no Teatro Recreio Dramático, em 29 de julho de 1885, festa a que tinha direito como autora da música da peça A filha do Guedes. A Semana, de 1º/08/1885, comenta: “A autora tocou em público pela primeira vez, num velho piano, sua valsa Yara. Foi muito aplaudida, e recebeu dos seus muitos admiradores vários mimos de valor, muitos ramalhetes e uma bonita coroa.”

O mimo de valor a que se refere a matéria é o famoso broche de ouro com uma pauta musical, contendo as primeiras notas do tema de outra valsa sua, Walkyria, que a maestrina passou a usar como verdadeiro talismã. Foi-lhe oferecido pelos críticos teatrais José do Patrocínio, de Cidade do Rio, Oscar Guanabarino, de O País, Luiz de Castro, do Jornal do Commercio, Ferreira de Araújo, da Gazeta de Notícias, Camarat, e outros. [Este broche encontra-se no Museu da República, no Rio de Janeiro.]” Edinha Diniz, 2011 para o Acervo Digital Chiquinha Gonzaga