O corpo das mulheres em Chiquinha Gonzaga: entre regularidades, rupturas e discursos de resistência

Autora: Eliane Tortola
Editora Eduem
2022

Introdução: O interesse pela investigação do corpo das mulheres em Chiquinha Gonzaga decorre de experiências formativas a partir de meu trânsito pelo campo da dança e pelas questões de gênero. A forma como o corpo das mulheres era descrito em letras de músicas produzidas em tempos diferentes e com enunciados distintos, embora com similaridades discursivas entre si, suscitou-me inquietudes e reflexões acerca de como o feminino é percebido na contemporaneidade.
Muitas dessas inquietudes partiram da minha vivência e prática docente no campo da dança, especialmente no que concerne à elaboração de coreografias desenvolvidas, desde o ano de 2003, em espetáculos, eventos e atividades acadêmicas, realizadas por meio de projetos culturais. Aqui, destaco a execução do projeto cultural O Baile2, realizado em 2014 em formato de espetáculo de dança, viabilizado por meio de fomento do Ministério da Cultura. Para dar conta dessa demanda, foi necessária a imersão no contexto histórico das danças de salão brasileiras no sentido de descrever os ritmos musicais praticados nos bailes em diferentes épocas. Esse percurso levou-me a perceber a produção dos sentidos sobre o corpo das mulheres, manifestada nas práticas dançantes, sobretudo no final do século XIX e início do século XX, período em que as músicas e as danças brasileiras de influência predominantemente europeia cedem lugar, gradativamente, às músicas de caráter nacionalista, favorecidas, sobretudo, pelo contato com a cultura africana (Boff, 2008)…

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