Compositora: Francisca Gonzaga (Chiquinha Gonzaga) 1847-1935 Títulos e grafias: CANÇONETA CÔMICA, da cena cômica HÁ ALGUMA NOVIDADE?; TANGO, da cena cômica HÁ ALGUMA NOVIDADE? Data da composição: 1886 Data 1ª edição: 2011 Integra a peça teatral: HÁ ALGUMA NOVIDADE?
Publicada pela primeira vez, Acervo Digital Chiquinha Gonzaga, 2011. Trata-se da composição original, preservada manuscrita, que recebeu publicação apenas para piano pela casa editora Buschmann e Guimarães. É o Jornal do Commercio de 15 de abril de 1886 que nos conta: “Teatro Lucinda – cançoneta cômica, letra do espirituoso escritor Dr. Moreira Sampaio, música da distinta maestrina brasileira D. Francisca Gonzaga, escrita expressamente para o beneficiado, que a desempenhará no quadro da caixa do T. S. Pedro de Alcântara, da própria peça – O bilontra – por ocasião de apresentar o tipo de um conhecido barbeiro desta corte.” Tratava-se do ator Peixoto, a quem a música é dedicada. Antes da fundação da Sbat, em 1917, o direito autoral era precariamente regulamentado, pouco reclamado e raramente defendido. Uma das remunerações do autor do texto ou da música de uma peça teatral era a récita em benefício ao autor, depois de determinado número de apresentações. O empresário colocava o teatro à disposição do autor, que produzia o espetáculo ou o comprava e tinha que sair vendendo os ingressos. Dependia, portanto, do apoio de colegas, amigos e jornalistas. Junto com Artur Azevedo, Moreira Sampaio estava em cartaz desde janeiro no Lucinda com o sucesso da revista O bilontra. Daí a sua festa de benefício, para a qual Chiquinha Gonzaga colaborou escrevendo a cançoneta.
Ah! Ah! Ah! Eu tenho certo vizinho Velho feio até careca Cuja mulher é da breca Dessas de faca e calhau Quando ele faz das suas Quando não anda direito Ela assim que o pilha a jeito Lhe vai atiçando o pão Boas tardes eu vim dar-lhe Chego agora da cidade E também me perguntar-lhe (falado) Há alguma novidade? Canção do Corcundinha Letra de Viriato Corrêa
1 Eu vivo só nesta vida Eu vivo só nesta vida Carregando a minha cruz, Carregando a minha cruz. Vivo atrás de ti querida Vivo atrás de ti querida Como a sombra atrás da luz, Como a sombra atrás da luz.
2 Ai, que sorte a minha sorte Ai, que sorte a minha sorte De querer quem não me quer! De querer quem não me quer! Eu tenho o frio da morte Eu tenho o frio da morte No calor de uma mulher No calor de uma mulher
3 Sou como a pedra rolada Sou como a pedra rolada De morro em morro a rolar De morro em morro a rolar Minha vida abandonada Minha vida abandonada Não tem onde repousar Não tem onde repousar.