Autor: Rafael do Nascimento Cesar
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
Resumo: Este trabalho parte do relacionamento intergeracional entre a compositora Chiquinha Gonzaga e João Batista Fernandes Lage, seu último companheiro afetivo e filho adotivo, com o intuito de investigar as negociações simbólicas realizadas por ambos perante a sociedade carioca no início do século XX. Com medo de que tal atitude pusesse em xeque o prestígio de uma carreira já consolidada, Chiquinha Gonzaga, aos 52 anos, adota seu companheiro, de 16, que passa a se chamar João Batista Gonzaga. Tendo como foco as intersecções entre marcadores de diferença como gênero, classe social e idade, busca-se analisar como certos papéis sociais femininos (a esposa e a mãe, por exemplo) marcam ao mesmo tempo em que estão marcados pelo processo histórico de cronologização da vida, no qual se encontram as formas socialmente legítimas de constituição do corpo e da sexualidade. Neste sentido, o caso de Chiquinha Gonzaga e João Batista é interessante na medida em que problematiza essas construções.
Palavras-chave: Chiquinha Gonzaga. Gênero. Sexualidade. Relações intergeracionais.