Exclusiva com a pianista Maria Teresa Madeira

A pianista fala do seu trabalho ao interpretar Chiquinha. Com exclusividade, comenta o quanto a música da maestrina é apreciada no Brasil e no exterior. Por Wandrei Braga

Maria Teresa Madeira, pianista

Meu primeiro contato com Chiquinha foi em 1995 num projeto do Centro Cultural do Banco do Brasil no RJ, quando participei do “Forrobodó” revista-musical de Chiquinha. Eu fiz a direção musical e também tocava nas récitas. Aliás, ganhamos o prêmio Mambembe de teatro daquele ano.

Viajamos com a peça para Brasília, SP e Belo Horizonte. E na ocasião também fiz um show com Zezé Gonzaga, Maurício Carrilho, Pedro Amorim e Paulo Sérgio Santos só com Chiquinha.

A Minissérie.

Foi maravilhoso participar da minissérie. Conheci e trabalhei com pessoas muito especiais: Regina Duarte, Jayme Monjardim, Marcus Viana e tantos outros. Fiz a trilha ao piano, os vídeos clipes e a dublagem das mãos da Regina. Identifico-me com a obra dela. Sinto-me muito à vontade como intérprete.

Admiro também toda a sua trajetória como mulher e tudo que ela conquistou, inclusive abrindo um espaço para a mulher compositora e instrumentista. Para mim Chiquinha deu muita sorte, me abriu caminhos. Aprendi muito com ela, e continuo aprendendo. Sou muito grata a ela.

As Músicas.

Todas têm pra mim um sabor muito especial, mas Lua branca, Atraente e Bionne posso dizer que estão entre as minhas favoritas. Chiquinha por Chiquinha.

Uma mulher talentosa, corajosa, lutadora, uma guerreira.

O disco Mestres da Musica.

Foi muito bom. foi pela gravadora de Marcus Viana, Sonhos e Sons, que fez toda a parte musical da minissérie. Foram somente dois dias de gravação, mas me orgulho de ter ficado tão bom. Marquinhos (Marcus Viana) tem uma equipe excelente e muito profissional na gravadora. Fiquei à vontade com a escolha do repertório e tudo me foi consultado.

A divulgação.

Por muitos estados brasileiros, além dos Estados Unidos, França e recentemente recebi convites para o Chile e Finlândia.

“A receptividade do público é maravilhosa e muito calorosa”.

Site Oficial da pianista

www.mariateresamadeira.com.br

Maria Teresa Madeira

Desde o início, a intensa e multifacetada carreira musical de Maria Teresa Madeira encontra-se marcada por experiências importantes, seja no campo artístico, seja no campo acadêmico.

Entre sua formação como Bacharel em Piano pela Escola de Música da UFRJ e seu título de Mestre em Música pela Universidade de Iowa, nos EUA, teve a oportunidade de estudar com Anna Carolina Pereira da Silva, Heitor Alimonda, Miguel Proença, Arthur Rowe e Daniel Shapiro, além de Miriam Dauelsberg, Jacques Klein, Sergei Dorensky, Dayse de Luca e Carmen Prazzini, mestres com quem se aperfeiçoou em interpretação.

Como solista já esteve à frente de orquestras como a Sinfônica Brasileira, Petrobras Pró Música, Sinfônica Nacional da UFF, Sinfônica da Escola de Música da UFRJ, Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso de Câmara do Conservatório Brasileiro de Música, Cedar Rapids Symphony, University of Iowa Chamber Orchestra, Banda Sinfonica da Cidade de Córdoba (Argentina), Banda Sinfonica da Faculdade de Musica do Espírito Santo (Fames) sob a regência de nomes como Isaac Karabtchevsky, Aylton Escobar, David Machado, Roberto Duarte, Ligia Amadio, Florentino Dias,Armando Prazeres, Ricardo Rocha, Fabrício Carvalho, Christin Tyinmeyer, Andrée Dagenais, Roberto Farias e Gilson Silva.

De sua temporada de três anos nos EUA, guarda o privilégio de haver sido selecionada pelo “Performing Arts Council” para se apresentar em diversas cidades americanas divulgando aquela que é uma de suas especialidades e, ao mesmo tempo, uma grande paixão: a música brasileira.

Retornou aos EUA em 1999 e 2001 para concertos, masterclasses, gravações e workshops e, ainda no âmbito internacional, apresentou-se em duo com o clarinetista Paulo Sérgio Santos, em Bogotá (Colombia), no ano de 97. Tem se apresentado com freqüência no exterior incluindo EUA, França, Finlândia e Colômbia, priorizando a divulgação da música brasileira.

Como camerista, uma atividade que também lhe é muito cara, tem se apresentado ao lado de alguns dos mais importantes artistas do país como Noël Devos, Paulo Sérgio Santos, Alceu Reis, Aloysio Fagerlande, Radegundis Feitosa, Carol McDavit, Rildo Hora e Quinteto Villa-Lobos, além de outros consagrados instrumentistas internacionais como Alain Marion, Alain Damiens, Leopold La Fosse, Julie Koidin, Leon Biriotti, Gottfried Engells, Paula Robinson, Nicolas Krassik, Tibô Delor, Léo Gandelman, Paulo Mendonça dentre outros.

Já participou de nove das Bienais de Música Brasileira Contemporânea, realizando várias estréias mundiais e locais de obras, algumas delas a ela dedicadas. Compositores como Ronaldo Miranda, Tim Rescala, Glicia Campos, Harry Crowll, Gilberto Gagliardi e Leandro Braga já lhe dedicaram obras.

Todo esse histórico artístico, aliado ao seu prestígio junto ao público e ao meio musical, fizeram com que fosse convidada a gravar mais de dez programas exclusivos para a Rádio MEC (“Música e Músicos” e “Sala de Concerto”, entre outros), Rádio Nacional e WFMT, a mais importante rádio clássica de Chicago, EUA.

Na área acadêmica, tem compartilhado suas experiências em cursos, workshops e Festivais de Música por todo o Brasil como o Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais, Funrei (São João Del Rey), Festival de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Femúsica (Festival de Inverno de Campos dos Goytacazes), Festival de Música de Câmera de Curitiba e Curso Internacional de Verão de Brasília. Além disso, mantém atividade regular como professora do curso de graduação do Conservatório Brasileiro de Música.

A permanente curiosidade pelo novo e o talento para a pluralidade levaram-na, ainda, ao mundo da dramaturgia.

Foi diretora musical e pianista de diversas peças teatrais como: “Forrobodó” (Prêmio Mambembe de Melhor Peça 1995), “A História da Baratinha” (Prêmio Coca Cola), “Festa no Céu” (direção de Karen Acioly), “Iluminando a História” (indicação de Prêmio Coca Cola 1999 de Melhor Direção Musical) e “O Garoto Noel” (finalista Prêmio Coca-Cola de Teatro 1999). Como pianista participou de: “Theatro Muzical Brasileiro” (direção de Luiz Antonio Martinez Correa), “Viva o Zé Pereira” (direção de Karen Acioly), “Satie, Memórias de um Amnésico” (direção de Stella Miranda), “Os Ignorantes” (com Pedro Cardoso) e “A Orquestra dos Sonhos” (de Tim Rescala).

Além do teatro, participou da minissérie para TV, “Chiquinha Gonzaga”, onde, a convite de seu Diretor Musical, Marcus Viana, gravou todos os pianos da trilha sonora, tendo atuado, também, em dezenove dos clipes que eram apresentados ao final de cada capítulo, acompanhando Beth Carvalho, Lenine, Paulinho Moska, Joanna, Zé Ramalho, Leila Pinheiro, Alcione e muitos outros. Além disso, foi a responsável pelas dublagens de mãos da protagonista, Regina Duarte.

Completando seu diversificado leque de atividades, esteve à frente Divisão Artística da Sala Cecília Meireles de 1995 a 1998; ganhou, em 2000, Bolsa RioArte para o desenvolvimento do projeto “Carolina Cardoso de Menezes, a Pianeira” (que se propõe a reunir o acervo da compositora e pianista, além da gravação, em CD, de sua obra); e, em abril de 2002, apresentou trabalho sobre a relação de José Vieira Brandão com a obra de Villa-Lobos durante a I Conferência Internacional Villa-Lobos, em Paris (França).

Maria Teresa Madeira é, ainda, patrona do Concurso Nacional de Piano que leva seu nome, inicialmente realizado em Campos, em 2004 será realizado na cidade do Rio de Janeiro, dedicado a revelar talentos de todas as faixas etárias, não só do piano solo, como também aqueles que, como ela, dedicam parte de seu talento à música de câmara.

Foi uma das agraciadas da Bolsa RioArte 2000, patrocinada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, para pesquisar sobre a vida e a obra da pianista e compositora carioca Carolina Cardoso de Menezes.

Foi uma das indicadas ao Prêmio Carlos Gomes de Melhor Pianista de 2002.

Lançou em 2003 os cd’s “Ernesto Nazareth” vol. 1 e 2, em piano solo. O vol. 2 foi um dos indicados ao prêmio GRAMMY LATINO de 2003 de melhor cd de música erudita.

O cd “Radamés Gnatalli -100 anos” que gravou com o Novo Quinteto (formado tb por Oscar Bolão, Henrique Cazes, Marcos Nimrichter e Omar Cavalheiro), foi um dos três finalistas ao Premio Rival Petrobrás de 2008.

O cd “Radamés e o sax” que gravou com Léo Gandelman e o Novo Quinteto, foi agracidao com o Premio Tim (2007) como melhor disco de música instrumental.

Já realizou recitais e concertos nos EUA, Colombia, França, Argentina, Finlandia e Alemanha, sempre priorizando a divulgação da música brasileira.

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