O periódico Gazeta da Tarde, RJ, de 9 de setembro de 1898, anuncia na coluna “Assobiando…“:
… o Cesar de Lima encontrou-se ontem comigo e disse-me: Ó seu garoto, você fale amanha da minha festa, ouviu? Eu confesse que não estou aqui para anunciar espetáculos de ninguém. Bem me importa a mim que o Cesar de Lima faça hoje beneficio no Teatro Apollo com o drama “O comboio nº 6”; tanto se me dá como se meu deu! De uma vez por todas declaro que tenho mais que fazer.
Enfim, como estou com a mão na massa vou declarando ao público, do alto sublime desta esquina luminosa, que a Chiquinha Gonzaga vai hoje fazer uma [ brilhatura danada ], regendo lá no Teatro Éden, uma música bonita (se foi ela que a escreveu) chamada Ary, nomezinho muito nacional, guarani puro (estes garotos são eruditos!…) e que em português quer dizer “filha do céu”…
Já mordi o belo Costa numa entradinha geral, o que quer dizer que arranjei duas porque a Cecilia Delgado mandou me também uma e logo vou ver o sucesso da Chiquinha, na regência.
O que eu sinto é que a Pilar Chaves não entre no espetáculo. É a tal coisa; não há belo sem senão; nem a Pilar Chaves nem a Santa Fé.
Pois vou ver isso no teatro Éden, depois de passar pelo Apollo onde vou ver a Gabriella que fica bonita como o diabo naquele papel de condessa. E viva a pátria! Que dia cheio, Deus da garotada, que dia cheio!
GAROTO

Fonte: Hemeroteca Digital / Biblioteca Nacional Digital