Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga

Chiquinha Gonzaga foi a homenageada da Escola de Samba de Juiz de Fora Águia de Ouro.

Ficha Técnica

Nome da Escola: G.R.E.S. Águia de Ouro
Cores da Escola: azul, amarelo e branco
Presidente: Waldelício Cordeiro
Enredo: “Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga”
Autor do Enredo: Comissão de Carnaval
Carnavalesco: Glaydson E Glayciane Lima Cordeiro
Figurinista: Glaydson e Glayciane
Número de Componentes : 980
Componentes da Bateria: 150
Mestre de Bateria: Caio
Porta-Bandeiras: Sueli
Mestres-Salas: Aloísio
Samba: Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga
Autor do Samba: Marcão Melodia, Henrique Gonçalves, João Leonel, Flavinho e Paulo Gão.
Intérprete Do Samba: Marcão
Alas: 16 – Comissão de Frente (O baile na Corte); Canção dos Pastores; Ala Militar; Boêmios; O Corta Jaca; Maculelê (coregrafada); Vendedores de Partitura; O Baile de Máscaras; Passistas Mirins; Passistas Adulto; Música (Bateria); Teatro; A Corte na Roça; Eu Sou da Lira (Baianas); Cordão Rosa de Ouro; Pierrô.
Destaques: 47
Alegorias: 5 – Abre-Alas (Águia – símbolo da escola); Explosão de Chiquinha Gonzaga; Palácio das Águias (Palácio do Catete); Teatro de Revista; O Corso (Carnaval de Chiquinha Gonzaga).
Resultado: 6º lugar no grupo A

Resumo do Enredo

Em “Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga”, a escola destaca na passarela do samba a vida e o talento musical de Chiquinha, que viveu na época do império e lutou para conquistar seu espaço na sociedade, vencendo inúmeros preconceitos para dedicar-se à música. Autora de quase duas mil composições, entre valsas, polcas, maxixes, modinhas e de peças para o teatro de revista, compôs a primeira canção carnavalesca, Ó abre alas, cantada até hoje. Freqüentou rodas dechoro, tocou em festas, bailes e salões, em uma época que este comportamento causava escândalo na sociedade. Liderou a luta pela valorização do autor e participou da criação da SBAT, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Atuou ativamente em prol dos movimentos abolicionista e republicano. Pioneira, foi a primeira mulher a dirigir uma orquestra no Brasil, primeira mulher a musicar uma peça teatral e a primeira pianista de um grupo de choro. Trabalhou intensamente até os 85 anos de idade, quando escreveu a última partitura, “Maria”. Com o enredo “Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga” a escola presta homenagem à primeira dama da música popular brasileira.

Letra do Samba

Águia de Ouro abre alas e pede passagem para Chiquinha Gonzaga
Autores: Marcão Melodia, Henrique Gonçalves, João Leonel, Flavinho e Paulo Gão.

Eu sou da lira não vou negar
Sou Águia de Ouro e vou cantar
Reflete em nós } Bis
Numa só voz
O brilho deste seu olhar

Senhor
Iluminai nossos caminhos
Nesta jornada triunfante
Vamos reviver o Rio antigo
Dos palácios imperiais
Onde nasceu
A menina brilhante
Dona de um talento divinal
Ecoou, em suas lindas melodias
O nobre tom da liberdade
No clamor da abolição

Chegando ao teatro de revista
A sua estrela assim brilhou
Abram alas para a emoção
No compasso da recordação (bis)

Vou mergulhar em teus versos
Deixe a saudade invadir
Meu coração apaixonado
Folheando a página da história
Artistas de tantos salões,
Blocos e cordões
No “corta jaca” eu quero me acabar
Amor, reluziu nessa festa
Uma linda aquarela
Pra te contemplar
Em cores vibrantes o mais belo sonho
No desfile principal
De braços dados com você Chiquinha
Em noite de carnaval

Eu sou da lira não vou negar
Sou Águia de Ouro e vou cantar
Reflete em nós
Numa só voz
O brilho deste seu olhar (bis)

História da Escola de Samba

A escola de samba Águia de Ouro surgiu em 1984, no bairro Graminha, durante uma reunião na casa da família de Waldelício Cordeiro, que teve a participação, entre outros, de Carlos Amorim, João Batista, Jorge Amorim e Marquinhos Carpine. A idéia era organizar um bloco para brincar o carnaval, o que aconteceu no mesmo ano, 1984, com a participação de 70 componentes que desfilaram no calçadão da Rua Halfeld, cantando o tema Rosa, rainha das Flores.

O bloco, apesar de ter conquistado a simpatia dos juizforanos, não brincou nos carnavais de 85 e 86. Retornou à folia no ano de 1987, fazendo um desfile para avaliação. Em 88, em novo desfile de avaliação, agradou ao júri e ao público, assim a agremiação passou a integrar o segundo grupo. No desfile de 1989, com o enredo Mineirice, dePaulo Carioca, foi vice-campeã na categoria.

A Águia de Ouro não se apresentou no ano seguinte e o carnaval de Juiz de Fora não teve desfile competitivo das escolas de samba do segundo grupo, de 1991 a 1994, o que provocou a dispersão de muitos componentes e alguns dirigentes. Mas, seu idealizador, Waldelício Cordeiro, reuniu velhos amigos e reorganizou a escola, que hoje tem como reduto o bairro Bela Aurora.

Nos anos de 1998, 2000, 2002 e 2004 a Águia de Ouro conquistou o terceiro lugar do grupo 1-B. Em 2005, a agremiação entrou na Passarela do Samba com um enredo que rendeu homenagem aos grandes carnavalescos e seus enredos maravilhosos: Criador e Criatura num Encontro Divinal, a Águia Homenageia os Gênios do Carnaval. Estes ano, a Águia de Ouro estréia no desfile principal cantando a vida da compositora carioca Chiquinha Gonzaga, coincidentemente, no dia do 71º aniversário de morte da grande maestrina.

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