Ô abre alas que eu quero passar: rompendo o silêncio sobre a negritude de Chiquinha Gonzaga

PROA: REVISTA DE ANTROPOLOGIA E ARTE | UNICAMP

Autora: Carolina Gonçalves Alves
Doutoranda em Ciências Sociais Universidade do Estado do Rio de Janeiro

RESUMO: Neste artigo, discuto a consolidação da imagem de Chiquinha Gonzaga, personagem central para a história do choro carioca. As disputas travadas no processo de construção de sua memória têm raízes profundas no projeto político de branqueamento da população brasileira, iniciado no contexto do pós-abolição. As representações históricas de Chiquinha Gonzaga podem revelar aspectos fundamentais para a compreensão do racismo brasileiro que endossa o branqueamento de personagens negros da nossa história. Para refletir sobre os silêncios a respeito da negritude de Chiquinha, analiso as interpretações da personagem por atrizes brancas no teatro e na TV. O silêncio sobre a sua negritude será discutido à luz das recentes lutas pós-coloniais que têm estimulado revisões do passado, disputando narrativas e propondo reformulações epistemológicas que reivindicam uma escrita produzida nos marcos da experiência colonial.

“Ô abre alas que eu quero passar”: breaking the silence about the blackness of Chiquinha Gonzaga
Abstract: The purpose of writing this article is to discuss the image of Chiquinha Gonzaga, one of the most influential brazilian choro composers. The political processes of the construction of her memory have deep relations with the whitewashing project that occurred in Brazil in the post-abolition context. It’s important to think about these arguments to understand how brazilian racism supports the whitewashing of black people in its history. To discuss the silence surrounding Chiquinha’s blackness, I de- cided to analyze how she was portrayed in theater and TV roles, where she was played by white actresses. The silence about her blackness will be discussed in the light of the post-colonial struggles that makes possible to review the past, disputing narratives and proposing decolonizing epistemologies that claims for a writing connected with the colonial experience. Keywords: Race; Gender; Power; Representation.

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