Chiquinha Gonzaga é homenageada pela escola de samba Mangueira com o enredo Abram alas que eu quero passar

“Abram alas que eu quero passar” foi o enredo que o G.R.E. S. Estação Primeira de Mangueira escolheu para homenagear Chiquinha Gonzaga que há 50 anos deixava saudades.

O samba-enredo era de Helio Turco, Jurandir e Darcy e o enredo assinado por Edinha Diniz e Eloy Machado.

Ao apostar no tema francamente brasileiro e popular, a Mangueira mantém seu compromisso de escola tradicional, sempre preocupada com a preservação das raízes culturais.

Mangueira, carnaval de 1985.
Mangueira, carnaval de 1985.

O enredo deste carnaval é a própria síntese do “popular competente”, como a ele já se referiram. “Abram alas que eu quero passar” é um pedido que a Escola faz para que ela possa homenagear a carioquíssima Chiquinha Gonzaga, Madrinha do Carnaval, parodiando a marcha de sua autoria: “O Abre Alas”, primeira canção tipicamente carnavalesca.

0 enredo é antecedido de um prólogo, “0 Carnaval de Hoje”, anunciando a chegada da escola e a homenagem que ela vai prestar. 0 primeiro ato, “0 Império”, mostra a vida na Corte e se refere ao ambiente ao qual a sinhazinha Chiquinha Gonzaga estava destinada e que ela termina por desprezar; o segundo, “Surge a grande pianista” mostra, entre outras passagens da vida de Chiquinha, o “Cine-Teatro Show Mangueira”, apresentando a vida e a obra da compositora e maestrina, aquela que deixou de ser uma dama da Corte para se tornar Rainha da Praça Tiradentes.

Sua contribuição decisiva para o Carnaval, batizando-o com a primeira canção, é o motivo de abertura do “Carnaval do Passado”, fechando assim o enredo e lembrando que “0 Abre Alas”, Chiquinha Gonzaga e Mangueira estão presentes neste Carnaval, como estiveram ontem, estão hoje e estarão sempre. Como trilha sonora do enredo “Abre Alas que eu quero passar”, o samba escolhido para homenagear Chiquinha Gonzaga contém os pontos fundamentais da história que se desenvolve na Avenida: sua vida e sua obra- “O Carnaval de Hoje” (prólogo) anuncia a chegada da Mangueira e a homenagem; em seguida, o samba evidencia o desprezo e a renúncia de Chiquinha à vida a ela destinada na Corte (primeiro ato); sua opção pela boemia e a fecunda obra musical por ela deixada, retratando o Rio antigo, compõem o segundo ato; por fim, no terceiro ato, é destacada a sua vigorosa contribuição à festa do povo -“0 Carnaval do Passado”.

0 samba não poderia deixar de lembrar também a saudade que dela restou, exaltando então a liberdade, o anseio e as conquistas de Chiquinha Gonzaga, legados a todos. Belo, espontâneo e sincero, o samba-enredo de Jurandyr, Helio Turco e Darcy honra a “parceria” Chiquinha Gonzaga. Os compositores se preocuparam também em estabelecer uma harmonia de canto em que as pastoras possam alcançar uma oitava acima da voz masculina, proporcionando maior riqueza coral.

PEDRO PAULO LOPES Coordenador da Comissão de Carnaval da Estação Primeira de Mangueira (1985)

Texto gentilmente cedido ao site pela Direção Cultural da Mangueira.

É carnaval
O samba faz vibrar a multidão
Lá vem mangueira
Não posso conter a minha emoção

Vamos reviver o Rio antigo
Onde Chiquinha se fez imortal
Oh! deusa da folia
Rainha do meu carnaval

Eu sou da lira, não vou negar
“O abram alas que eu quero passar”
Só não passa a saudade
A saudade que ficou no seu lugar

Liberdade
Oh! Falsa realidade
Liberdade
O sonho foi morar noutra cidade
Desprezou a burguesia
E o requinte dos salões

– Bis –
Abraça a boemia
E deixa na boca do povo
Mais de mil canções

– Bis –
Roda baiana Levanta a poeira do chão
Roda baiana Nas cores do meu coração

Uma opinião sobre “Chiquinha Gonzaga é homenageada pela escola de samba Mangueira com o enredo Abram alas que eu quero passar

  • dezembro 29, 2013 em 05:05
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