BALADA, da opereta A CORTE NA ROÇA |
Publicada como balada romântica para canto e piano, com versos de Francisco Sodré, fez parte do repertório da atriz e cantora Plácida dos Santos. Trata-se, no entanto, de valsa da opereta homônima que marcou a estreia da maestrina, representada no Teatro Príncipe Imperial, na Praça Tiradentes (mais tarde Cine-Teatro São José, hoje demolido) em 17 de janeiro de 1885, com libreto de Palhares Ribeiro. A composição é de 1884. Esta valsa foi recebida pela imprensa que cobriu a estreia como “verdadeiro primor de graça, elegância e frescura – uma composição desta ordem faria a reputação de um compositor em qualquer país em que se apresentasse”. Foi gravada ainda em 1902, no ano inaugural das gravações em disco no Brasil pela senhorita Odete, atriz e cantora de teatro de revista, pioneira em gravação de disco no país. Bem mais tarde, em 1985, recebeu gravação por Antonio Adolfo (piano) e Sivuca (acordeon), e serviu de tema no ano seguinte à trilha sonora escrita por Antonio Adolfo para o filme Sonho sem fim, dirigido por Lauro Escorel Filho. Em 1997, o pianista voltaria a gravá-la: Antonio Adolfo (piano) com Cláudio Spiewak (violão), Gabriel Vivas (contrabaixo) e Ivan Conti (bateria). Com novos versos escritos por Abel Silva, a música ganhou o título de Salão ao luar na voz de Olívia Hime, acompanhada por Francis Hime (piano e teclado), Maurício Carrilho (violão), Jorge Helder (baixo), Andréa Ernest Dias (flauta) e Cristiano Alves (clarinete), em 1998. Outras gravações: por Marcus Viana (violino) e Maria Teresa Madeira (piano), 1999; por Maria Teresa Madeira (piano), com o título de Valsa, em 1999; por Beto Guedes (voz) e Maria Teresa Madeira (piano), com versos de Marcus Viana, 1999; por Leandro Braga (piano), Zero (percussão) e Adriano Giffoni (baixo), 1999; por Stella Maria Rodrigues (voz) e elenco do musical Ó abre alas, com versos de Cláudio Botelho, 1999. Da opereta A corte na roça há também no Acervo Digital Chiquinha Gonzaga um prelúdio, um recitativo e um tango.
letra de Francisco Sodré
1
Esse teu leque formoso
De luz e perfume cheio,
É o beija-flor cauteloso
A esvoaçar em teu seio!
Este calor que tu sentes,
Que te escalda o coração,
São os sintomas ardentes De uma impetuosa paixão!
Ah! Ah! São os sintomas ardentes,
Ah! Ah! De uma impetuosa paixão
2
Este sorriso que implora
Que apurpura os lábios teus,
É uma restea da aurora
De outro azul e de outros céus.
Há no teu colo tremente
O mesmo encanto da flor.
Guarda esse leque explendente,
Meu primeiro e santo amor!
3
Meu coração não se acalma,
Não cessa de te adorar.
Deixa abrasar a minh’alma
Nas chamas do teu olhar.
Não temas não há perigo,
Por que te assustas, meu anjo?
Leva minh’alma contigo,
Solta as tuas asas arcanjo.