Biografia – Chiquinha Gonzaga: grande compositora popular brasileira, por Mariza Lira

Autora: Mariza Lira (1899 – 1971)
1ª Edição. Rio De Janeiro, S/ed., 1939, 120 + Xix Pág.
Brochura Com Capa De Raul Pederneiras.

O pioneirismo é característica essencial na história de Chiquinha Gonzaga. Onze anos depois de sua morte, pela primeira vez uma jornalista publica uma das primeiras biografias sobre uma personalidade da música popular brasileira.

A primeira biografia sobre Chiquinha Gonzaga publicada pela jornalista Mariza Lira (1899-1971), em 1939, foi encomendada por Joãozinho (João Batista Lages) último companheiro de Chiquinha. Em entrevista exclusiva ao site, Luiza Maria de Araujo Lima (06/03/1928-), afilhada e herdeira da jornalista, revelou detalhes desta história esclarecedora.

“Lembro que Joãozinho trabalhava da Casa Edson, ele procurou “Dindinha” (Mariza Lira) pra contar a história sobre sua “mãe” Chiquinha Gonzaga. Foram muitas as visitas em nossa casa na Cinelândia, Dindinha anotava tudo em uma máquina de escrever”. Contou Luiza Maria aos 78 anos em um encontro no jardim do Museu da República no Rio de Janeiro em 2006.

Possivelmente como forma de gratidão, Joãozinho presenteou Mariza Lira com o broche de ouro que pertenceu a Chiquinha (saiba mais). Após a morte de Mariza Lira, em 1971, Luiza herdou suas jóias e reconheceu o broche. Consciente de sua importância história, em 2003, resolveu vender a joia para o Museu da República. “Eu queria que ficasse na história” disse Luiza Maria emocionada.

Em 1978, a FUNARTE reeditou o livro e disponibilizou uma versão online. Clique aqui para conhecer na íntegra a primeira biografia de Chiquinha Gonzaga.

Importante: embora seja uma publicação pioneira sobre Chiquinha Gonzaga algumas informações foram revisadas e atualizadas no decorrer do tempo, como por exemplo, na biografia Chiquinha Gonzaga uma história de vida, por Edinha Diniz, editora Zahar 2009.

Maria Luiza Lira de Araujo Lima (Mariza Lira)

* 17/07/1899 Rio de Janeiro, RJ
+ 04/09/1971 Rio de Janeiro, RJ

Musicóloga. Folclorista. Jornalista.

Formada pela Escola Normal do Rio de Janeiro (na época Distrito Federal). Dirigiu a Escola Técnica Secundária do Rio de Janeiro. Foi membro da Comissão Nacional de Folclore. Pioneira dos estudos da música popular urbana, trabalhou sempre dentro de uma abordagem sociológica. Primeira biógrafa de Chiquinha Gonzaga, teve intensa atuação jornalística (escreveu para o Diário de Notícias) e publicou vários trabalhos dedicados ao folclore e à música popular: artigos para a Revista de Música Popular (1955-1956); “Brasil sonoro”, Rio de Janeiro, 1938; “Chiquinha Gonzaga”, Rio de Janeiro, 1938 (relançado pela Funarte em 1978); “Cânticos militares”, Rio de Janeiro, 1943; “Migalhas folclóricas”, Rio de Janeiro, 1951; “Achegas para a história do folclore no Brasil”, 1953; “História do Hino Nacional Brasileiro”, Rio de Janeiro, 1954, e “Calendário folclórico do Distrito Federal”, Rio de Janeiro, Secretaria Geral de Educação e Cultura, 1956. Em 1966, convidada por Ricardo Cravo Albin, primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som, passou a integrar o Conselho Superior de MPB daquela instituição, que tinha então a responsabilidade de escolher os nomes que fariam depoimentos para a posteridade, além de eleger anualmente os Prêmios Golfinho de Ouro e os Troféus Estácio de Sá, destinados aos melhores de cada ano.